O deputado Cesar Valduga (PCdoB), abriu diálogo com o Secretário de Estado da Educação de Santa Catarina, Eduardo Deschamps, durante esta quinta-feira (27), para tratar das denúncias de abusos por parte da direção da Escola de Educação Básica Irene Stonoga, no município de Chapecó, ocupada desde terça-feira pelos estudantes em protesto contra os efeitos maléficos da PEC 241 sobre a educação pública brasileira
Florianópolis – O parlamentar recebeu diversas queixas de professores, estudantes, pais e advogados que acompanham a manifestação dos estudantes da EEB Irene Stonoga. Entre as queixas, o abuso de autoridade da direção da escola, o cerceamento de liberdade dos estudantes, o impedimento de acesso de pais ao pátio da escola, incitação à violência e exposição dos adolescentes a situação de risco.
O secretário estadual de educação, Eduardo Deschamps, demonstrou preocupação com as informações repassadas pelo parlamentar, e se posicionou contrário ao uso de truculência e à falta de diálogo da direção. Deschamps também afirmou que a preocupação do Estado em relação às instituições de ensino ocupadas deve ser o de garantir a integridade física dos adolescentes e incentivar o diálogo.
“Nossa atitude precisa ser a de garantir que estes adolescentes, estudantes que ocupam as escolas em protesto, tenham sua integridade física preservada, dando acesso ao acompanhamento dos conselheiros tutelares às ocupações e fazendo valer os direitos destes alunos. Nossa preocupação, agora, deve ser com a reorganização do calendário escolar destas unidades, já pensando nas reposições”, explicou Deschamps.
O secretário afirmou que irá averiguar os excessos relatados e afirmou que tomará as medidas necessárias. “Vamos seguir pela via do diálogo e do respeito. Queremos garantir que o Governo de Santa Catarina não seja acusado de ter suas mãos sujas do sangue de nenhum de nossos estudantes”, completou o secretário.
Para o deputado Valduga, o momento é de diálogo e de buscar compreender o que querem dizer os estudantes com esta série de ocupações por todo o Brasil. “Nos aflige a notícia de que excessos venham acontecendo nas escolas ocupadas. Isso é exatamente o inverso do que este momento deveria proporcionar à sociedade, que é o de dialogar com estes estudantes buscando compreender os motivos destas ocupações”, afirmou o parlamentar.
O número de instituições de ensino médio e superior ocupadas em protesto contra a PEC 241 do governo de Michel Temer chega a 1154, segundo informações da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), divulgadas no final da tarde de ontem.
No total, 22 estados da Federação mais Distrito Federal têm ao menos uma escola ou universidade ocupada por estudantes.
A onda de protestos começou no último dia 3 de outubro no Paraná, que abriga o maior número de ocupações. Por lá, o movimento permanece em 845 escolas, 5 institutos federais, três institutos regionais de educação e 16 universidades contra a primeira da série de medidas propostas por Temer e que comprometem o futuro da educação pública, saúde e assistência social da população brasileira.
A diretora da EEB Irene Stonoga foi substituída até que sejam averiguadas as denúncias.