Parlamentar esteve nesta segunda-feira (30), dialogando com a categoria a fim de apelar à empresa para que faça uma negociação justa com os trabalhadores e que ouça às reivindicações
Chapecó – Com faixas e cartazes, os trabalhadores do Transporte de Valores de Chapecó e Região paralisaram as atividades desde a manhã desta segunda-feira (30). Os trabalhadores cobram o reajuste do salário em Santa Catarina equiparado ao salário do Paraná, que conforme a categoria é 35% a mais. Conforme o diretor do Sindicato de Transportes de Valores de Chapecó, Ademir Dal Bello, em torno de 100 funcionários aderiu à greve.
Em Chapecó, o deputado Cesar Valduga (PCdoB) esteve na mobilização dialogando com os trabalhadores, que reclamam dos salários e por conta disso a maioria tem de cumprir dupla jornada para compensação. “Tem vigilante que ganha mais fazendo segurança em casa de show do que correndo o risco que a gente corre”, disse um trabalhador.
Eles reforçam sobre a precariedade nas condições de trabalho, com armamento e equipamento defasado, caminhões antigos de 1988 e sem freios; climatizadores ultrapassados e ainda querem discutir a criação de um Plano de Cargos e Salários. “Eu mesmo já tive de fazer mais de 300 quilômetros com o caminhão sem estepe”, reclamou um trabalhador. “Imagine, um motorista entra ganhando R$ 1.2 mil daqui a 20 anos ele vai continuar ganhando o mesmo salário. Isso é justo?”, questionou outro trabalhador.
Conforme Dal Bello, o movimento é por tempo indeterminado e caso a greve tenha ainda mais adesão, os serviços de abastecimento e atendimento em caixas eletrônicos, bancos e lotéricas de Chapecó e da região ficarão comprometidos. “Nós só estamos querendo equiparação salarial, e melhores condições de trabalho. Já chegaram a nos falar que temos de trabalhar por amor e não por dinheiro, se nós não tivéssemos amor pelo que fizemos, não corríamos todo o risco que a gente corre com esses caminhões aí que até rato tem”, desabafou um trabalhador.
Os trabalhadores ainda desabaram ao deputado sobre os constantes assaltos que os trabalhadores de Transporte de Valores vêm sofrendo, inclusive com morte de colegas seguranças. “Nós precisamos urgentemente de melhores condições de trabalho, melhorar nosso equipamento. Olha o que aconteceu com nosso colega em Florianópolis, os bandidos não chegam com armamento defasado, eles chegam de fuzil”, relatou outro segurança.
O caso citado por um dos trabalhadores foi de um assalto a um carro-forte no início de fevereiro, na Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis. Os assaltantes chegaram em dois veículos e abordaram os seguranças do carro-forte que retiravam dinheiro do Supermercado Angeloni. Um dos agentes que escoltavam o carro-forte levou um tiro na cabeça e morreu a caminho do hospital.
MOÇÃO
Em reconhecimento ao alto grau de periculosidade dos trabalhadores em Transporte de Valores, o deputado Valduga escreveu uma moção de apelo à Fevasc para que dialogue com os trabalhadores a fim de apresentar uma negociação com equiparação salarial, e melhores condições de trabalho.
“Não podemos permitir que mais trabalhadores percam suas vidas no trabalho. Temos de lutar por melhores condições de trabalho e na garantia dos direitos de equiparação salarial destes trabalhadores”, pontuou o deputado. A moção será apresentada nesta quarta-feira (1) em sessão na Casa Legislativa do Estado. A intenção, conforme o parlamentar é sensibilizar a empresa para que faça uma negociação justa junto dos trabalhadores.
SALÁRIOS|PARANÁ
Motorista Carro Forte: R$ 2.379,24
Vigilante Carro Forte: R$ 2.068,48
Chefe de equipe: R$ 2.496,18
SALÁRIOS|SANTA CATARINA
Chefe de equipe: R$1.684,86
Motorista: R$1.570,98
Vigilante Carro forte: R$1.471,63