Em plenário, o deputado Cesar Valduga (PCdoB) analisou o impacto do fechamento do mercado europeu para 20 frigoríficos brasileiros. Três plantas industriais proibidas de exportar para a União Europeia são catarinenses, conforme o parlamentar. “Essa decisão não está pautada em investigação, mas evidencia uma barreira comercial, que não impactará apenas a BRF e as demais empresas do setor, mas a balança comercial brasileira, dada a expressiva participação desse setor na nossa economia”, disse.
Os prejuízos para Santa Catarina com o embargo dessas unidades já ultrapassam R$ 10 milhões, por isso Valduga demonstrou apreensão. Ele classificou como desastrosa a operação da Polícia Federal denominada “Carne Fraca”, uma ação midiática e sem responsabilidade com os efeitos sobre a cadeia produtiva, que já resultou na perda de R$ 1,5 bilhão em exportações. “O setor de carnes é estratégico para a soberania nacional. Precisamos juntar todas as forças, tanto dos órgãos do governo federal, quanto do governo do estado e da sociedade catarinense, para que possamos vencer essa barreira”, conclamou.
Leia na íntegra:
Gostaria de tratar, nessa manhã, sobre uma questão que tem grande relevância para a geração de emprego e renda e o desenvolvimento de toda a região oeste catarinense, que é a proibição da exportação da carne de frango para a União Européia.
No Brasil, foram 20 os frigoríficos proibidos de exportar a proteína para o bloco econômico. No estado do Paraná, foram oito as unidades impedidas de exportar, e em nosso estado, as três plantas, localizadas no nosso oeste: Concórdia, Chapecó e Capinzal, todas da BRF Alimentos.
Todo esse processo não se dá por questões de irregularidades sanitárias ou por falta de qualidade em nosso produto, mas a decisão se pauta em motivações políticas e de proteção de seu mercado local. A competitividade de nossa proteína animal, em pé de igualdade com os maiores exportadores mundiais, tem motivado uma verdadeira cruzada contra nosso desenvolvimento.
A decisão que suspende a exportação não está pautada em nenhuma investigação, e evidencia uma barreira comercial, que não impacta apenas a BRF ou as demais empresas do setor afetadas, mas a balança comercial brasileira, dada a expressiva contribuição do setor no saldo positivo de exportações, como também na manutenção dos milhares de empregos gerados pela produção. A empresa instalada em santa catarina já avalia a possibilidade de férias coletivas para seus funcionários em Capinzal, e seguimos apreensivos quanto aos desdobramentos dessa suspensão.
O prejuízo de Santa Catarina com o embargo a essas três unidades já ultrapassa os R$ 10 milhões, tendo nosso estado deixado de exportar, ao menos, três mil toneladas de carne de frango nesse período. Isso me faz lembrar sobre a recente ação da Polícia Federal sobre o setor, desastrosa, e intitulada operação carne fraca. Na operação, os prejuízos só da BRF chegaram a R$ 167 milhões só no segundo semestre de 2017, e em sua totalidade, resultou na queda de R$ 1,5 bilhão nas nossas exportações.
É preciso que tratemos nossa cadeia produtiva da proteína animal com a devida responsabilidade e seriedade. Na época da operação carne fraca, as suspeitas da polícia federal não se sustentaram, e muito menos a postura midiatizada dos agentes envolvidos considerou os impactos na vida dos trabalhadores e na economia nacional.
Santa Catarina é o segundo estado do brasil em produção de aves. A cadeia produtiva da proteína animal, em si, é ampla e está profundamente relacionada com o desenvolvimento de nosso estado, e com o fenômeno que possibilitou que santa catarina conseguisse amenizar os efeitos da grave crise mundial que repercutiu no saldo de empregos e industrialização dos demais estados brasileiros.
Cabe a nós, nessa casa de leis, que cumpre também com a responsabilidade de zelar pelas políticas e ações que interferem em nosso desenvolvimento e no bem estar de nossa gente, atuarmos fortemente para manter atidas e em crescimento nossas cadeias produtivas, uma das grandes riquezas de nosso estado.