Os cortes de recursos para a educação tem refletido nas universidades e institutos federais catarinenses. Com o propósito de posicionar a Assembleia Legislativa de Santa Catarina como agente de apoio e articulação, o deputado Cesar Valduga (PCdoB) propôs, durante seu pronunciamento na sessão de quarta-feira (30), uma reunião de trabalho entre parlamento e reitores das universidades e institutos federais, no propósito de somar forças em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade. O presidente da Casa, deputado Silvio Dreveck (PP), acolheu a sugestão, e a reunião deverá ser chamada nos próximos dias.
Valduga afirma que, sobre as universidades públicas, recai uma devastadora investida, com o claro propósito de inviabilizar a gratuidade do ensino superior, elemento principal do processo de democratização do acesso à formação profissional superior.”O ataque não é apenas ao orçamento destas instituições, mas um arquitetado desmonte da política de educação pública, ciência, tecnologia e inovação em nosso país”, explicou.
O orçamento para as universidades federais caiu pela metade entre 2014 e 2017, ao mesmo tempo que o contingenciamento para pagar juros da dívida e as isenções para o setor empresarial aumentaram, e o CNPq cortou 45% das bolsas para pesquisadores, responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologia e inovação. No caso das universidades federais, quase 70% delas tiveram cortes significativos entre janeiro e junho deste ano, inclusive a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Federal (Ufsc) da Fronteira Sul (Uffs). “O Governo Ferderal contingenciou R$ 4,6 bilhões das contas do Ministério da Educação, ao mesmo tempo que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) perdoou R$ 25 bilhões em impostos do banco Itaú”, ponderou Valduga.