No início da manhã de quarta (5), representantes da União Brasileira de Mulheres (UBM) e da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro) estiveram em reunião com o deputado Cesar Valduga (PCdoB), onde apresentaram suas demandas e apontaram as prioridades de acompanhamento e atenção entre os projetos em tramitação na Casa de Leis.
A presidenta estadual da Unegro, Kaionara dos Santos, apontou a necessidade de debater a situação das mulheres presidiárias e de intensificar o enfrentamento ao extermínio da juventude negra. “Convivemos, indignadas, com o extermínio diário de nossa juventude negra, não só na capital, mas em todo o estado. É a juventude negra que a que tem mais dificuldades de acesso e permanência no sistema educacional, que lota as penitenciárias e que é preterida nas políticas públicas. Precisamos fazer este debate na Alesc”, afirmou Kaionara.
Sobre as iniciativas de prevenção a criminalidade e ao acesso ao mundo das drogas, Jussara de Lima, da direção estadual da Unegro, falou sobre a importância do movimento Hip-Hop. “São necessárias ações de integração para a juventude negra, em especial das que residem em regiões periféricas e de maior vulnerabilidade, e o movimento hip-hop é um instrumento que proporciona interação e debates muito interessantes sobre a sociedade, as relações com o mundo do trabalho, a exclusão e perspectivas. Seria muito interessante se pudéssemos ter apoio a estas iniciativas”, explicou Jussara.
Representando a UBM, Alcenira Vanderlinde e Renata Dornellas falaram sobre algumas das prioridades para o movimento de mulheres e ações que, já assumidas pelo Governo do Estado. “O debate sobre a violência contra as mulheres, equiparação salarial, a dupla, tripla jornada de trabalho, não são temas novos. Existem pactuações feitas pelo Governo e que precisam ganhar concretude, como a efetivação de um plano estadual de políticas para as mulheres, de enfrentamento a violência, fortalecimento dos Cras e Creas e mesmo das delegacias especializadas”, afirmou Alcenira. Já a estudante Renata Dornellas apontou a necessidade de ações estratégicas, construídas de forma ampla com o propósito de efetivas políticas de enfrentamento a violência contra as mulheres. “Um papel importante que a Alesc pode cumprir é o de aglutinar forças para que sejam colocadas em prática não apenas medidas de acolhimento a mulheres já vítimas de violência, mas de enfrentamento, conscientização e prevenção”, complementou Dornellas.
O deputado Valduga se comprometeu a contribuir com a construção de uma força-tarefa na busca por resolutividade às demandas apresentadas. “As bandeiras levantadas pelos movimentos sociais devem ser elementos de mobilização de nós, parlamentares, como também é nossa responsabilidade a ampliação nesta rede de apoio. A amplitude e a disposição em seguirmos firmes na busca por consequência a nossas lutas é o caminho para avançarmos”, afirmou Valduga.