O deputado Cesar Valduga (PCdoB) repercutiu, na tribuna da Assembleia Legislativa, a notícia de que a empresa BRF Alimentos concedeu férias coletiva aos seus funcionários das plantas dos municípios de Concórdia e Chapecó.
“Num período muito curto de tempo, já enfrentamos os efeitos da desastrosa operação carne fraca, restrições de importação por parte da União Europeia, a imposição taxas por parte da China, e mais recentemente, os efeitos da greve dos caminhoneiros, que resultou em prejuízo na entrega de ração para aviários e criames de porcos, gerando a morte de milhares de animais”, explicou Valduga
Essa semana, a companhia de alimentos BRF informou que concederá férias coletivas, em quatro unidades da empresa, localizadas nos estados de santa catarina e Rio Grande do Sul. Ao todo, 5.600 funcionários terão as atividades suspensas nas linhas de produção de frango. “Uma frase que já vem da sabedoria dos antigos, diz que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, e o que vemos sentir com os efeitos desses ataques à cadeia produtiva da proteína animal são os pequenos produtores, a agricultura familiar, e os trabalhadores e trabalhadoras de toda a cadeia produtiva”, afirmou Valduga.
Segundo a BRF, a decisão leva em conta a necessidade de ajustes para atender a demanda atual, agravada pela recente greve dos caminhoneiros, que parou o tráfego de cargas por mais de 10 dias no fim de maio. As unidades vêm sendo notificadas das férias desde a segunda-feira dessa semana corrente.
Em Chapecó, serão concedidos 30 dias de férias, a cerca de 1.400 funcionários. A unidade catarinense de Concórdia vai dar 12 dias de férias, a 1.700 empregados. Outros 10 dias de férias serão concedidos a 1.000 funcionários da planta de Lajeado (RS) e 10 dias também serão dados a 1.500 integrantes da linha de frangos da unidade de Serafina Correa (RS).
Durante a greve dos caminhoneiros, a produção de frangos foi suspensa por dois dias e a de perus por cinco. Neste período, cerca de 550 mil frangos deixaram de ser abatidos e outros 150 mil perus também. No entanto, a demanda para a unidade chapecoense já vinha sendo prejudicada por problemas relacionados à exportação, tendo como estopim o embargo imposto pela união europeia à compra de frangos da BRF neste ano.
As férias da unidade estão previstas para começar no dia 2 de julho, com retorno esperado para o dia 16. Após esse período, a expectativa é retomar o abate de 280 mil aves por dia. A greve dos caminhoneiros afetou o alojamento de pintinhos e o peso dos frangos, e agora a planta não consegue compor a média diária de abates, o que originou a suspensão dos funcionários.
A planta da BRF em Concórdia teve as atividades suspensas por cinco dias durante a greve e houve redução nos abates de pelo menos 10 mil frangos. Quanto aos efeitos do embargo europeu, para se ter uma ideia dos efeitos terríveis, havia a expectativa de um aumento no quadro de funcionários na empresa, programado para maio, e que teve de ser suspenso.
Pelo menos 600 novos empregados seriam contratados e não foram por causa da medida imposta pela União Europeia.