Centenas de famílias ainda procuram corpos de entes queridos que continuam desaparecidos depois de 53 anos do golpe civil-militar de 1964, perpetrado em 31 de março.
“O Estado brasileiro continua com sua dívida em relação aos 140 desaparecidos”, lembrou Cesar Valduga (PCdoB), que destacou o caso o ex-deputado estadual barriga-verde Paulo Stuart Wright, cassado pelos colegas, e que sumiu sem deixar vestígios. “Ele organizou 27 cooperativas de pescadores, inspirando Dias Gomes na novela ‘O bem amado’”, registrou Valduga.
Segundo o representante de Chapecó, a repressão aos adversários do regime atingiu 1.196 camponeses, 6.952 militares, 4 mil parlamentares foram cassados, 130 cidadãos banidos do país, 7.376 indiciados por crimes políticos, mais de 10 mil submetidos a inquéritos e 436 assassinatos.
Além disso, o parlamentar do PCdoB acusou o governo de Michel Temer de ter engavetado o relatório final da Comissão Nacional da Verdade. “As ações foram paralisadas, há um retrocesso nas medidas de reparação e o relatório da Comissão da Verdade foi engavetado, mas faz parta da história politica do povo brasileiro”, insistiu Valduga.
Dirceu Dresch (PT) acompanhou o colega e declarou que o dia 31 de março é uma data marcante que convida os brasileiros a refletirem sobre momentos obscuros da história pátria. “O PCdoB esteve à frente das lutas sociais da época”, informou Dresch, que comparou a deposição de João Goulart com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Em 1964 também elegeram como principal alvo os direitos da classe trabalhadora e soberania nacional, os golpistas de hoje já entregaram as reservas internacionais de petróleo”, discursou Dresch.