O deputado Cesar Valduga (PCdoB) participou, na manhã de quarta-feira (20), do lançamento do Relatório Safra Verão 2017/2018, documento que apresenta dados e perspectivas da produção agrícola de Santa Catarina.
A soja invade o meio rural catarinense e avança nas áreas antes destinadas ao plantio de milho. O crescimento das lavouras de soja chega a uma média de 6% ao ano e na safra 2017/18 deve chegar a 706 mil hectares plantados – mais do que o dobro da área destinada ao milho grão, por exemplo. Os números foram apresentados pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca nesta quarta-feira (20) e fazem parte das estimativas iniciais de safra elaboradas pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).
Os agricultores catarinenses devem destinar 318 mil hectares ao plantio de milho grão – 12% a menos do que na última safa. Por conta disso, a produção também ficará menor, em torno de 2,6 milhões de toneladas – 16,5% menor do que na safra 2016/17. Essa tendência é observada também nos outros estados do Sul: o Paraná já anuncia uma diminuição de 33% na área cultivada de milho e o Rio Grande do Sul espera 23% de queda.
Essa redução na colheita tem impacto direto no setor produtivo de carnes em Santa Catarina. Como maior produtor nacional de suínos e segundo maior produtor de aves, o estado consome em média seis milhões de toneladas de milho todos os anos. “Nós temos que pensar em alternativas para atender a demanda da cadeia produtiva de carnes. Encontrar rotas alternativas para que o milho chegue com um preço mais competitivo em Santa Catarina”, ressalta o secretário da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa
Entre os motivos que fazem os agricultores abandonarem o cultivo de milho grão estão os altos custos de produção e o preço abaixo do esperado na última safra, fatores que tornaram a soja mais atrativa. “Isso não é uma surpresa. Os agricultores também fazem suas contas e optam pelo que é mais rentável. Como o milho estava com um preço menor este ano, os produtores escolheram plantar soja”, explica Sopelsa.
A soja ganha cada vez mais espaço em Santa Catarina. Em média a área destinada ao grão aumenta 6% todos os anos e já chega a 706 mil hectares na safra 2017/18. A produção também deve ser ampliada e chegar a 2,5 milhões de toneladas – ficando bem perto da produção de milho – e superando o recorde atingido na última safra. Hoje em Santa Catarina as maiores áreas destinadas ao plantio de soja estão em Campos Novos, Abelardo Luz e Mafra.
Milho Silagem
O milho destinado à produção de silagem, utilizado na alimentação de bovinos de corte e leite, também vem numa crescente em Santa Catarina. Na próxima safra é esperada uma colheita de 9,6 milhões de toneladas de massa verde em 226 hectares plantados. Com destaque para as regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste, que juntas respondem por 48% da área plantada de milho silagem do estado – explicado pela grande produção leiteira.
O aumento na produção de milho silagem é impactado também pelo Programa Terra-Boa, da Secretaria da Agricultura. Boa parte das sementes de milho disponibilizadas é utilizada para produção de silagem. Só este ano serão 220 mil sacas de sementes de milho liberadas pelo Programa.
Arroz Irrigado
A área plantada de arroz irrigado deve ser muito próxima do que aconteceu na última safra. Serão 148 mil hectares destinados ao cultivo do grão. Os agricultores ainda estão em ritmo de preparo de solo para semeadura, com algumas áreas mais adiantadas como no Litoral Norte. A safra deve girar em torno de 1,1 milhão de toneladas de arroz.
Feijão 1ª safra
A área plantada no estado com feijão 1ª safra terá um pequeno aumento de 2% e deve fechar em 46 mil hectares, com 96 mil toneladas colhidas. Os principais municípios produtores são Campos Novos, Abelardo Luz e São José do Cerrito.
O deputado Cesar Valduga solicitou que os dados pudessem ser apresentados no parlamento para subsidiar os debates dos parlamentares.
- Com informações da Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca