Florianopolis – Em pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado Cesar Valduga (PCdoB) denunciou o desmonte da indústria nacional pelo Governo Federal, e afirmou que as reformas da previdência e trabalhista, propostas por Temer, produzirão uma epidemia de depressão caso aprovadas.
Leia o pronunciamento na íntegra:
Gostaria de retomar o debate sobre os efeitos devastadores das reformas proposta por temer na saúde do povo brasileiro.
Desde semana passada, vem sendo veiculadas notícias sobre o corte no repasse para a manutenção do programa de farmácias populares, que ampliam o acesso da população a 112 medicamentos. Esta ação do governo Temer resultará no fechamento de 512 unidades em todo o território Nacional. Em Santa Catarina, de imediato, serão oito unidades encerrando suas atividades.
Milhares de pessoas terão dificultado seu acesso a estes medicamentos, que em boa parte são de distribuição gratuita, ou com subsídio de 90% em seu valor.
Já tratamos aqui sobre o desmonte do Sistema Único de Saúde, que teve seu marco trágico na aprovação da PEC do corte de gastos, que congela investimentos em áreas essenciais como educação, saúde e assistência social, numa manobra para garantir o pagamento de juros e preservar o rentismo e a especulação com dinheiro público.
Denunciamos, novamente, o processo de usurpação do erário por parte deste governo, do desvio de finalidade do dinheiro de nossos impostos, que deveria ser direcionado para o desenvolvimento Nacional, o fortalecimento da economia e na melhoria das condições de vida de brasileiros e brasileiras.
Amanhã é o Dia Mundial da Saúde. Como tema, o Conselho Nacional de Saúde, sabiamente, escolheu: Mais Direitos, Menos Depressão.
Não há como evitar uma epidemia de depressão em nosso país se não resgatarmos a intenção de um Projeto Nacional de Desenvolviento. O desmonte da legislação trabalhista, a intensificação da exploração do homem pelo homem, a postura de servidão que o governo brasileiro tem adotado com relação ao capital internacional e aos banqueiros é vergonhoso.
Quando, em um país com tantas riquezas e com um potencial extraordinário como o Brasil, o povo elegeria um governo com o programa de desmonte da indústria nacional, de submissão ao capital estrangeiro, de superexploração de trabalhadores e trabalhadoras e de derrocada da economia, como está fazendo o governo Temer?
A cadeira da Presidência da República foi usurpada para colocarem em prática o projeto de país derrotado nas urnas em 2014. Há um grande processo de traição da vontade soberana do povo brasileiro. Há uma enorme movimentação nacional, de unidade de ação das forças vivas da sociedade contra os retrocessos.
O projeto de deformação da Previdência Social, o atestado de óbito da aposentadoria do trabalhador e da trabalhadora do Brasil, já subiu no telhado. O Estadão publicou o resultado de uma pesquisa de intenção de voto sobre a reforma da Previdência, e a derrota de Temer será consumada. 251 deputados e deputadas já apresentaram intenção de votar contra a reforma da previdência. Mais de 60% dos deputados e deputadas que declararam voto contra a reforma são da própria base de Temer. Estamos vendo um governo, que ousa desrespeitar o projeto de desenvolvimento nacional, de fortalecimento da economia, se desmanchando no ar.
Precisamos barrar as reformas da Previdência, reforma Trabahista, o desmonte da indústria nacional, como aconteceu com a indústria da construção civil, do petróleo e, recentemente, a indústria da proteína animal, da qual não conseguimos ainda mensurar a devastação.
A consequência de tudo isso, deste pacote de ataque ao Brasil e a seu desenvolvimento, é a precarização do trabalho, a intensificação do desemprego, a volta de milhares de famílias para a linha da miséria, e uma devastadora epidemia de depressão, do aumento do alcoolismo e do uso de drogas.
Precisamos nos unir na viabilização de eleições diretas, onde o povo brasileiro poderá escolher um novo projeto para o Brasil, que não este que querem implementar, que não este, construído por banqueiros, especuladores e agentes do capital internacional.
A indústria nacional foi traída ao incentivar os movimentos pelo impeachment de Dilma, e todos estão sofrendo as consequências. A urgência de uma frente ampla traz a necessidade de diálogo, inclusive, com o setor produtivo, que foi traído e vê o efeito dominó de destruição de cadeias produtivas inteiras.