Em pronunciamento durante a sessão desta quinta (16), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o deputado Cesar Valduga (PCdoB) manifestou apoio à campanha salarial dos vigilantes catarinenses, organizada pela Federação dos Vigilantes e Empregados em Empresas de segurança e Vigilância, Prestadoras de serviço, Asseio e Conservação e de Transporte de Valores de Santa Catarina (Fevasc).
Florianópolis – A data-base da categoria dos trabalhadores vigilantes de Santa Catarina é 1º de fevereiro. Assim, as entidades sindicais representativas dos vigilantes e as entidades patronais, vinham realizando, desde o final do ano de 2016, e nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, inúmeras rodadas de negociações com vistas a fechar o acordo coletivo de trabalho. No entanto, até o momento não houve entendimento.
Preocupado com a questão, o deputado Valduga falou sobre os riscos a que estão expostos estes profissionais, além da discrepância salarial dos ganhos dos vigilantes catarinenses em relação aos demais estados do sul, Paraná e Rio Grande do Sul. “A profissão é de alto grau de periculosidade e a precariedade nos locais de trabalho e dos equipamentos deixa os trabalhadores vigilantes em situação de vulnerabilidade diante do aumento nas ocorrências de assaltos, em que os marginais investem com armamentos pesados e modernos”, explicou.
Os vigilantes reivindicam a reposição da inflação mais aumento real, totalizando 13% de reajuste, enquanto as entidades patronais oferecem apenas cerca de 4%. A proposta patronal, além de não apresentar ganho, sequer cobre as perdas salariais com a inflação no período, 5,44% do INPC, interrompendo uma conduta histórica adotada em acordos anteriores com recuperação de perdas e ganho real.
O piso salarial e o vale alimentação dos vigilantes de Santa Catarina está muito abaixo dos valores pagos a categoria nos estados vizinhos do Paraná e no Rio Grande do Sul, assim, para os vigilantes catarinenses não é aceitável permanecer com um piso salarial e vale alimentação inferior, e ainda, sem ganho real e sem reposição total das perdas inflacionárias, neste sentido, reivindicam também a equiparação salarial com os valores adotados nos estados vizinhos.
Além da defasagem salarial, a inexistência de um plano de cargos e salários, desestimula o trabalhador, pois nessas condições não há perspectivas de evolução na remuneração, mesmo após longos anos de profissão. Este cenário deixa a população catarinense apreensiva e preocupada com a possibilidade de a situação se agravar, permanecendo o impasse nas negociações salariais e de condições de trabalho. A manutenção do impasse resultaria em paralisações, afetando serviços importantes, fato este que se que evitar, inclusive porque a população já sofre com paralisações de outras categorias. A fim de contribuir na defesa da campanha salarial, o parlamentar encaminhou moção de apelo aos sindicatos apresentando as considerações e justificativas da proposta da Fevasc.