Florianópolis – Por proposição do deputado Cesar Valduga (PCdoB), a Comissão de Legislação Participativa, em conjunto com a Comissão de Transportes realizou, na tarde desta quarta-feira (6), uma audiência para debater os investimentos nos aeroportos catarinenses. Presidente da Comissão de Legislação Participativa, o deputado Valduga conduziu a reunião pontuando a necessidade de se planejar os investimentos nos aeroportos do Estado, priorizando os que desenvolvem papel estratégico de desenvolvimento das regiões.
O parlamentar sugeriu na audiência a elaboração de um novo Plano Aeroviário Estadual para discutir os investimentos previstos nos aeroportos catarinenses. Para isto, os parlamentares que integram as duas comissões farão um Grupo de Trabalho para a elaboração do plano, além disso, foram propostas a realização de audiências com a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e com o governador Raimundo Colombo para debater a questão.
Na ocasião, o representante da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Egídio Antonio Martorano lembrou que o atual plano tem mais de 30 anos, e defendeu a criação de um novo, voltado as estratégias de investimentos. Martorano pontuou ainda a necessidade de o Estado investir no transporte de cargas aéreas. Segundo ele, 96% das cargas que são produzidas em Santa Catarina e que poderiam ser escoadas pelo ar vão até aeroportos de outros estados, como Guarulhos (SP). “É uma receita importante que Santa Catarina está perdendo”, disse.
O secretário de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker, reconheceu a necessidade da elaboração de um novo plano. Para ele, os investimentos no setor devem ser discutidos com as lideranças de todo o Estado, para saber quais devem ser as prioridades. “Um plano dentro da realidade de Santa Catarina, com investimentos de curto, médio e longo prazo”, considerou.
“Nós temos a necessidade urgente de ampliar os investimentos nos aeroportos catarinenses. Nosso objetivo, com a audiência, é saber como podemos agilizar essa questão”, destacou o presidente da Comissão de Legislação Participativa, deputado Cesar Valduga (PCdoB), responsável pela condução da audiência. “Trata-se de um setor vital para a economia do estado”, completou.
Dos 23 aeroportos catarinenses, Joinville, Navegantes, Florianópolis e Forquilhinha são administrados pela Infraero. Além destes, seguem com voos regulares os aeroportos de Chapecó, Correia Pinto e Jaguaruna.
Neste sentido, é importante salientar que os aeroportos de Joinville, Jaguaruna e Correia Pinto são os que hoje oferecem melhores condições de atendimento, tanto em pista como em estrutura e terminal, pois são estruturas praticamente novas e que tiveram investimentos recentes do Governo do Estado.
Já o caso de Navegantes, o aeroporto apresenta sérios problemas com relação ao tamanho da pista e terminal, além de haver dificuldades para a implementação do necessário processo de desapropriação para sua ampliação, e o aeroporto de Florianópolis segue com problemas de acesso, necessitando da construção de novo terminal e o consequente processo de concessão.
CHAPECÓ
Ecker explicou que, de acordo com o Plano de Investimentos em Logística (PIL) da SAC, lançado em 2012, 13 aeroportos catarinenses teriam recursos para incentivar a aviação regional. Mas, diante do cenário econômico adverso e da situação política, em 2016, somente um aeroporto no Estado receberá investimentos. “Por isso queremos discutir com as lideranças qual será nossa prioridade para esse investimento, qual aeroporto vamos priorizar”, comentou.
O deputado Valduga falou sobre o posicionamento estratégico do aeroporto de Chapecó, e defendeu investimentos prioritários. “O Serafin Enoss Bertaso é o único aeroporto de atende, com voos regulares, o grande oeste catarinense, noroeste do Rio Grande do Sul e sudoeste paranaense. Para se ter uma ideia, em 2015, o aeroporto atendeu mais de 420 mil usuários, duas vezes a população de Chapecó. Isso se apresenta como elemento importante que reafirma a prioridade de investimentos, garantindo que o aeroporto de Chapecó siga como referência para mais de 1 milhão de pessoas”, afirmou
Conforme o secretário Ecker, estão previstos investimentos de R$ 160 milhões no aeroporto de Chapecó, incluindo a instalação de sistema de aproximação de aeronaves por instrumentos, o ILS, pela SAC, a construção de novo terminal e adequação da pista. As desapropriações necessárias seriam responsabilidade da Prefeitura e do Estado.
O diretor de Transportes da Secretaria de Estado da Infraestrutura, José Carlos Muller Filho, alertou que o ideal para Santa Catarina seria escolher aeroportos prioritários ao invés de realizar investimentos em vários locais. Ele defendeu, por exemplo, investimentos em Chapecó para transformá-lo numa referência para todo o Oeste catarinense, Sudoeste do Paraná e Noroeste do Rio Grande do Sul, além da Argentina.