Com o objetivo de criar um veículo de comunicação livre, que abranja jornalismo especializado e de opinião, com foco nos termos gênero e feminismo, com produção de conteúdos diversos, o Portal Catarinas é gestado para ser um canal de convergência a quem se interessa pelo tem e; atuar como um observatório de mídia para as questões de gênero, monitorando as informações difundidas pelos veículos de comunicação catarinenses e a produção de ideias sobre as mulheres, a perspectiva de gênero e o feminismo, promovendo campanhas educativas e culturais relativas.
Paula Guimarães e Clarissa Peixoto, jornalistas, e Kelly Vieira, consultora de projetos e acadêmica de Ciências Sociais, optaram pelo financiamento coletivo ou colaborativo, umas das principais formas que tem possibilitado novas iniciativas jornalísticas.
“Temos consciência de que as mulheres ainda precisam avançar para garantir direitos equivalentes aos dos homens e buscamos ampliar o debate para que mais pessoas possam ter acesso às informações relacionadas a estes temas. No Portal Catarinas vamos oferecer periodicamente curadoria de informações relacionadas a estas questões, produção de conteúdo jornalístico e observatório da mídia catarinense”, explicam as idealizadoras do projeto na página da campanha de arrecadação, no site Catarse.
Catarinas já arrecadou 72% da meta da campanha, que é de R$ 16.575,00. Os recursos serão empregados no desenvolvimento, hospedagem, insumos, mobilização, produção de conteúdo e divulgação.
Santa Catarina e a violência em casa e na mídia
Único estado em todo território nacional a carregar um nome baseado na figura de uma mulher, Santa Catarina tem o quinto maior índice de estupro do país e uma das suas cidades, Chapecó, está entre as cinco em violência contra a mulher. A cada 12 horas uma mulher é agredida pelo próprio companheiro no estado. Nas esferas pública e política, a situação das mulheres catarinenses ainda é muito difícil. A mulher negra pode ganhar até 60% a menos do que o homem branco. Dos 40 deputados/as estaduais somente quatro são mulheres. Na capital, desde 2004 não é eleita uma vereadora.
Mesmo que existam iniciativas importantes na área de comunicação e gênero no estado, entendemos que ainda há uma demanda represada na produção de conteúdo jornalístico especializado no tema, o que nos estimula a pensar em um espaço que contribua para ampliar essa discussão. Também é importante destacar que a mídia tradicional costumeiramente dissemina versões distorcidas da realidade no que diz respeito às questões de gênero. Embora haja um esforço de algumas e alguns jornalistas na mudança dos paradigmas sobre a condição de homens e mulheres na sociedade, os meios de comunicação promovem, em grande parte dos momentos, visões conservadoras, reflexo da sociedade patriarcal e machista a qual estamos dispostas a transformar.
Para colaborar com a realização do Portal Catarinas, acesse: https://www.catarse.me/catarinas